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Ato em frente ao STF marca os onze anos de impunidade da Chacina de Unaí

Onze mil balões de cor preta foram soltos na manhã dessa quarta-feira, 28/01, na Praça dos Três Poderes, em Brasília, para marcar os onze anos do assassinato de três auditores-fiscais do Trabalho e de um motorista do Ministério do Trabalho e Emprego, durante fiscalização rural em fazendas no interior de Minas Gerais, onde havia denúncia de prática de trabalho em condições análogas às de escravo. O presidente da Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT), Carlos Eduardo de Azevedo Lima, e o vice-presidente da entidade, Ângelo Fabiano Farias da Costa, participaram do ato, que aconteceu em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF). "Apesar de os executores do crime, conhecido como Chacina de Unaí, já terem sido condenados em 2013, aqueles que são apontados como mandantes e intermediários envolvidos na chacina ainda não foram julgados, mesmo já decorrida mais de uma década. Durante sua manifestação, Azevedo Lima ressaltou que participar mais uma vez do ato traz um sentimento misto. “Inicialmente, chama-nos a atenção que, mesmo passado tanto tempo desse crime bárbaro, ainda se reúnam tantas pessoas, representantes de tantos órgãos e entidades, clamando por justiça e sem perder o entusiasmo, mas, por outro lado, seria muito bom que pudéssemos utilizar esse entusiasmo para outras questões, como avançar no combate ao trabalho escravo, a melhoria das relações de trabalho e tantas outras questões relevantes. Nada justifica que, ainda hoje, onze anos depois dessa absurda e nefasta chacina, ainda não tenhamos nos deparado sequer com o julgamento da maior parte dos envolvidos nesse crime tão abjeto, o que tanto nos envergonha, só aumentando, e de maneira exponencial, o sentimento de impunidade, absolutamente inadmissível mas infelizmente constatada nesse caso tão grave”, disse. O presidente da ANPT lembrou também que o assassinato, da maneira como se deu, já seria algo que causaria repulsa, revolta e indignação a todos em qualquer lugar do mundo, dada a violência que ceifou quatro vidas, ainda mais considerando tratar-se de pessoas que haviam saído de casa para desempenhar seu trabalho cotidiano. “No caso em questão, a situação se torna ainda mais grave porque, para além do assassinato de quatro pessoas, já abominável sob qualquer circunstância, representou um crime contra o próprio Estado Brasileiro, pois estavam elas no exercício de suas atribuições públicas, as quais, vale lembrar, diziam respeito ao combate ao trabalho escravo, algo que sequer deveria ser cogitado como existente no cenário que temos de um mundo pretensamente civilizado, mas que, existindo mais que lamentavelmente, há agentes do Estado brasileiro que estão atuando diuturnamente para tentar erradicar essa nefasta realidade, sendo assassinados, contudo, no exercício de sua nobre missão e, ainda assim, ficam impunes os responsáveis por um crime tão grave. Basta de impunidade”, completou. (IMG> ../aux1/2015/29/anpt21239O2997377.jpg ../aux1/2015/29/anpt21240O4782293.jpg

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