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XXI CNPT: “É preciso um exercício de auto-observação para evitar a proliferação da discriminação”

A afirmação acima foi dita na manhã deste sábado, 09/04, pela professora da Universidade de Brasília (UNB) Ana Lúcia Galinkin, durante sua palestra no XXI Congresso Nacional dos Procuradores do Trabalho (CNPT). O tema central da conferência foi “a discriminação nas relações laborais como reflexo das práticas discriminatórias verificadas na sociedade”.
De acordo com a professora, o ser humano aprende a discriminar desde a mais tenra idade. “Nascemos em mundo dividido, onde nosso lugar já foi determinado. Durante nossa vida toda nós assistimos muitas vezes práticas discriminatórias”, disse.

Uma questão básica, de acordo com Galinkin, é entender alguns conceitos como o que é, de fato, discriminação. Segundo a palestrante, a discriminação costuma envolver sentimentos negativos a respeito de determinados grupos, sendo composta de preconceitos que desqualificam o outro, gerando exclusão. Nessa linha, ela comentou sobre os estereótipos como auxiliares do preconceito, que ela chamou como uma simplificação classificatória das pessoas.

Dentre as formas de discriminação, a professora da UNB ressaltou o etnocentrismo. “A gente aprende a discernir, a discriminar, a separar, a excluir, na primeira infância e somos reforçados durante toda nossa vida a ter um comportamento de discriminação. É preciso um exercício de auto-observação pare evitar que a gente discrimine o outro”, disse a pesquisadora.

Ainda de acordo com a palestrante, “precisamos fazer uma autocrítica, reconhecer os valores diferentes do outro, valorizar a diversidade, a tolerância. Em relação às leis existentes contra esses processos de discriminação, Galinkin disse que elas não são suficientes para mudar a conduta das pessoas, assim como a punição não é suficiente para mudar comportamentos, para impedir, evitar atitudes discriminatórias.

“As mudanças têm que ocorrer em nosso lar, nós temos que nos comportar de forma a aceitar as diferenças para os nossos filhos aprenderem. Devemos reforçar a importância da diferença. A consciência de estar discriminando já é um primeiro passo para você deixar, ou diminuir, ou pelo menos perceber que está discriminando. É uma tarefa diuturna. A melhor forma de minimizar o preconceito é ter atenção permanente para os nossos comportamentos, para o comportamento dos outros e dos nossos filhos também”, ressaltou.

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