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XXI CNPT: Economista debate as mudanças no mercado do trabalho contemporâneo

A última palestra dessa sexta-feira, 08/04, do XXI Congresso Nacional dos Procuradores do Trabalho (CNPT) foi ministrada pelo economista e professor da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Luiz Gonzaga Belluzo. Durante sua manifestação, ele afalou sobre as mudanças do mercado do trabalho contemporâneo e a natureza das relações trabalhistas. Também participou dos debates a pós-doutora em economia aplicada da Unicamp Magda Biavaschi.
Belluzzo afirmou que é uma honra falar de questões tão relevantes, ainda mais envolvendo discussões da seara trabalhista, para um público que atua diretamente com essas questões. “Vocês vivem isso o tempo inteiro, sempre vigilantes para garantir os direitos dos mais frágeis, dos chamados hipossuficientes”, destacou. O especialista abordou também as transformações trabalhistas que, segundo ele, “têm sido muito profundas e que estão muito além do que se percebe nas nossas análises cotidianas”.

De acordo com Belluzo, essas mudanças foram denominadas com uma simplicidade: a globalização. “Costuma-se falar que em geral a globalização é um fenômeno que tem muitas dimensões, desde a migração da produção manufatureira dos anos de 1980, sobretudo para China, mas também para outros países asiáticos. A partir dessa data, houve um gesto imperial dos Estados Unidos, que subiram a taxa de juros e, com isso, mudaram toda a configuração e toda a lógica do movimento da economia global, quebrando os países endividados das últimas décadas”, explicou.

Ele ressaltou também que as empresas americanas começaram, a partir daí, a se mover para fora, principalmente após terem colocado o dólar em condição de moeda reserva, o que o valorizou. “Não podemos esquecer que em 1974 os EUA reataram as relações com a China. Isso criou um espaço de expansão para o capitalismo americano, muito além do que ele tinha até então e de maneira muito tranquila os chineses começaram a fazer as reformas, isso a partir de 1978. Os trabalhadores americanos foram muito prejudicados com essa migração, e hoje 40 % da força de trabalho americana está em situação precária”, esclareceu o professor.

Ainda durante a apresentação, foram discutidas as repercussões das questões macroeconômicas no mercado de trabalho, com ênfase para a precarização das relações laborais. A professora Magda Biavaschi, inclusive, elencou uma série de proposições legislativas de viés nitidamente precarizante, enfatizando a preocupação que essa pauta tem proporcionado, notadamente ante a força que ela tem tido ao longo dos últimos tempos no âmbito do Congresso Nacional, com discussões nas quais se vê embutido todo um desiderato de garantir a perpetração de graves retrocessos sociais.

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