Na última sexta-feira, dia 08 de março, a vice-presidenta da Associação Nacional dos Procuradores e das Procuradoras do Trabalho (ANPT), Lydiane Machado e Silva, participou da abertura da IV Conferência de Igualdade de Gênero e Raça no Trabalho, promovida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). O evento, este ano, teve como tema central de discussões “Construindo Igualdade: Trabalho, Gênero e Cuidado”.

Logo no início de sua manifestação, a procuradora parabenizou a organização da conferência por jogar luz em temas sensíveis para qualquer sociedade que pretenda ser considerada civilizada e que queira se desenvolver sob todos os aspectos de maneira sustentável.

Sob a ótica da sobrecarga que se impõe para as pessoas do gênero feminino, Lydiane Silva informou que a narrativa de que as mulheres são talhadas para o cuidado, para a maternidade, guerreiras e ao mesmo tempo dotadas de uma sensibilidade nata é extremamente conveniente para a manutenção do status quo, em que as tarefas consideradas não-produtivas são absolutamente imprescindíveis para o capitalismo.

A vice-presidenta trouxe ainda dados concretos de pesquisas recentes que apontam que as mulheres, de modo especial as negras, são as mais acometidas por doenças mentais e as que mais se utilizam de medicamentos controlados. De acordo com o laboratório Think Olga, que aponta dados alarmantes sobre o adoecimento feminino, a sobrecarga com as tarefas de cuidar é um dos principais fatores que contribuem para que a cada 10 pessoas diagnosticadas com depressão, sete sejam mulheres.

“Esses dados revelam que a acumulação de múltiplas tarefas, a responsabilização pelo sucesso dos relacionamentos e a opressão pela culpa tem tornado a vida das mulheres um fardo insuportável. A desigualdade de gênero, sob todas as perspectivas, pois, tem profundas repercussões no próprio desenvolvimento sustentável do nosso país.”, informou.

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Fotos: PGT