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ANPT debate anticapacitismo em seminário promovido pelo TST

ANPT debate anticapacitismo em seminário promovido pelo TST

O diretor de assuntos legislativos da Associação Nacional dos Procuradores e das Procuradoras do Trabalho (ANPT), Tiago Ranieri de Oliveira, participou na manhã dessa terça-feira (24), do seminário “Ativismos para a Luta Anticapacitista no Trabalho”. O evento, promovido pelo Tribunal Superior do Trabalho teve como objetivo discutir acessibilidade e inclusão, apresentar iniciativas desenvolvidas na Justiça do Trabalho e estabelecer estratégias institucionais e ações educacionais relativas à Semana Nacional da Luta da Pessoa com Deficiência.

Durante sua participação no painel “Experiência inclusiva: uma forma imersiva de enfrentamento ao capacitismo”, o procurador destacou o compromisso dos membros e das membras do Ministério Público do Trabalho (MPT) para além da sua atuação finalística, investigatória, de cumprimento das cotas de inclusão das pessoas com deficiência ou outros corpos invisibilizados na sociedade, no mercado formal de trabalho. O MPT desenvolve também projetos promocionais no sentido de inclusão pautada no trabalho decente dessas pessoas”.

“Nessa seara, o objetivo dos procuradores e das procuradoras do Trabalho é o combate ao capacitismo, que é esse preconceito contra as pessoas com deficiência. Na realidade, é o combate a qualquer tipo de marcador social que chega primeiro que o ser humano”, disse o procurador.

Tiago Ranieri destacou também que iniciativas como a do TST, de trazer temas como esse para o debate público, devem ser parabenizadas e incentivadas, pois leva para esse espaço de poder corpos que são invisibilizados e marcados por sua deficiência, dando visibilidade e voz para eles(as). “Somente ocupando esses espaços, ampliando e dando visibilidade para essas pessoas, será possível construir essa luta uniforme de combate às discriminações no mundo do trabalho, sobretudo no que diz respeito a cultura capacitista que a nossa sociedade possui”.

Vale destacar que atualmente, mais de um bilhão de pessoas no mundo possuem deficiência. No Brasil, 24% da população se declara pessoa com algum tipo de deficiência.

Ainda durante sua apresentação, Tiago Ranieri informou que o capacitismo tem características peculiares, como o que ele chamou de “faces”, como a do coitadinho, da piedade, em que subalterniza ou desumaniza esses corpos com deficiência, a médica, que entende a deficiência como doença, a de herói, no sentido da sociedade querer premiar as pessoas que conseguem vencer as barreiras, que são impostas inclusive pela sociedade, entre outras.

“O combate ao capacitismo, na realidade, tem que ser uma cura dos preconceitos e uma celebração das existências da diversidade. Que o futuro é humano e diverso, se assim não for, não teremos futuro. Esse trabalho deve ser realizado por toda a sociedade, pessoas com deficiência e sem. Não há nada mais urgente e inovador do que a inclusão”, finalizou o procurador.