No último dia 31 de julho, em solenidade realizada no auditório da Procuradoria-Geral da República, tomaram posse 15 (quinze) novas e novos procuradoras e procuradores, que se submeteram ao 22º concurso público de ingresso na carreira do Ministério Público do Trabalho.
Em seu discurso, o presidente da Associação Nacional dos Procuradores e das Procuradoras do Trabalho (ANPT), José Antonio Vieira, partindo da música “Monte Castelo”, composta por Renato Russo, resultado da junção da poesia de Camões com versículos da Primeira Epístola de Paulo aos Coríntios, discorreu sobre amor. “A relevância do momento aguça a memória, os sentimentos e nenhum é mais edificante e notável do que o amor – o amor que, aliado à fé e à esperança, nos conduziu até aqui e nos levará adiante. O amor, força-motriz, nos faz respeitar e valorizar a diversidade, a inclusão e a igualdade de oportunidades, o amor – eu creio – revela-se no dever de se fazer acessível, por uma simples audiodescrição, e na flexão de gênero que se espraia pelo discurso, tornando consideravelmente mais árdua a elaboração. Sem amor, traduzido por sensibilidade, empatia, compaixão e engajamento, de nada valeriam ciência e razão”, afirmou.
“O amor confere autenticidade ao solene juramento de defender, sempre, necessariamente e o mais possível, a ordem jurídica, a democracia e o interesse público. O amor nos une e, a cada compromisso individualmente assumido, renova-se o prestado por quem ingressou antes e é precisamente isso que o faz indelével, como a própria Instituição à qual prometemos irrestrita fidelidade”, arrematou José Antonio Vieira, que também enalteceu os esforços envidados pela administração para que mais um concurso público fosse concluído com celeridade máxima, ressaltando que, além de determinar a vida profissional das aprovadas e dos aprovados, o certame assegura a robustez institucional e a movimentação na carreira, importante aos membras e às membras que legitimamente anseiam por se reaproximar de suas referências geoafetivas.
“Sei que estão imbuídas e imbuídos do genuíno propósito de fazer a diferença na luta pela preservação da dignidade dos trabalhadores e das trabalhadoras. Obrigado por quererem estar conosco e pelo muito que fizeram para concretizar a aspiração profunda. Diante das sucessivas tentativas de desconstrução da Justiça do Trabalho e do próprio Direito do Trabalho, saibam que, assim, elevaram a nossa autoestima. Nós as recebemos e os recebemos com carinho e respeito. Aos aprovados e às aprovadas que aguardam a posse, saibam que nos empenharemos para que brevemente estejam conosco”, finalizou o presidente, dirigindo-se aos futuros associados e às futuras associadas da ANPT.
O procurador-geral do Trabalho, José de Lima Ramos Pereira, ao cumprimentar os novos e as novas integrantes do Ministério Público do Trabalho, acentuou a missão institucional de promover o trabalho decente, que dê sentido e garanta a existência digna de todas as trabalhadoras, de todos os trabalhadores e de suas famílias. “Mantenham-se firmes para o cumprimento da missão de mudar a realidade do nosso país, em especial nas relações laborais, o que constitui uma tarefa árdua e cuja realização se depara com muitos obstáculos e adversidades”, acrescentou.
O procurador-geral da República, Augusto Aras, por sua vez, como chefe do Ministério Público da União, homenageou os empossados e as empossadas, registrando o esforço que empreenderão como membros e membras de uma instituição de grande importância para o país. “Podem comemorar a vitória de terem ingressado nas carreiras do MPU com todas as garantias e prerrogativas, permeadas por valores, sendo o maior deles a unidade da instituição, e, do ponto de vista pessoal, a independência funcional. É o desafio a ser conquistado: conciliar a nossa unidade institucional com a independência funcional. Nosso trabalho é buscar extrair da Constituição e das leis o caminho para fazer a verdadeira justiça”, concluiu.
A primeira colocada no âmbito do Ministério Público do Trabalho, Raquel Pimenta, em nome dos colegas e das colegas, lembrou o objetivo coletivo que guiou o percurso até a concretização do propósito de se tornar agente de promoção da dignidade humana. “Desejo que a nossa turma seja lembrada como aquela que chegou com inigualável sede de justiça. Se depender de nós, o MPT continuará sendo reconhecido pela defesa incansável dos direitos humanos, com ênfase em atuação resolutiva e concretizadora da justiça social”, pontuou.
Também estiveram presentes e fizeram uso da palavra o ministro presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Lélio Bentes, e o presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), Ubiratan Cazetta. A secretária-geral do Ministério Público da União (MPU), a subprocuradora-geral da República Eliana Torelly, compôs a mesa de honra, ao lado do presidente José Antonio Vieira.
A solenidade foi prestigiada por amigos, amigas, familiares, membros, membras do Ministério Público brasileiro e diversas autoridades, como os conselheiros nacionais do Ministério Público. Pela Diretoria da ANPT, estiverem presentes a vice-presidenta, Lydiane Machado, a diretora social e de eventos, Cindi Ellou Lopes, o diretor financeiro, Paulo Veloso, e a diretora de assuntos de aposentados e aposentadas, Denise Lapolla.
Fotos: Ubirajara Machado/MPT