A secretária-executiva do FNPETI, Isa Maria Oliveira, afirmou, durante o evento, que será um retrocesso para o País se o Congresso aprovar proposições legislativas como as Propostas de Emenda à Constituição (PECs) 35/11, 18/11 e 274/13, que reduzem a idade mínima para o trabalho infantil. Ela destacou ainda que o Estado brasileiro tem que enfrentar o desafio de retirar 3,178 mil milhões de crianças que se encontram trabalhando em vários setores.
Segundo ela, o Brasil só vai conseguir alcançar a meta global de acabar com o trabalho de crianças e adolescentes até 2020 se houver uma participação ativa da sociedade, governo, Judiciário e Parlamento.
A diretora do escritório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Laís Abramo, por sua vez, afirmou que, apesar de o Brasil ser referência na área e ter retirado mais de cinco milhões de crianças em situação de trabalho infantil nos últimos 20 anos, a aprovação dessas PECs representam uma ameaça às convenções internacionais. Isso seria um retrocesso e contrariaria a própria convenção da OIT que foi ratificada pelo Brasil, disse.
A deputada Flávia Morais (PDT-GO), que presidiu parte significativa da audiência pública, ressaltou que ainda hoje muitos pais acreditam que quanto mais cedo a criança trabalhar, mais estará preparada. Nós que trabalhamos e convivemos com esse importante desafio sabemos que, dependendo do tipo de trabalho e da fase que isso é imposto a uma criança, ele pode deformar e não formar. Por isso, o papel do fórum de mobilizar a sociedade é muito importante, completou.

Fórum
O Fórum foi criado em 1994, com o apoio da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Além da ANPT, integram o FNPETI 27 Fóruns Estaduais de Erradicação do Trabalho Infantil e do Distrito Federal, e membros do governo federal, de organizações da sociedade civil, dos empregadores, dos trabalhadores, do sistema de Justiça e de agências internacionais.
* Com informações: Agência Câmara
