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Economista fala sobre o futuro do trabalho no Brasil durante o XX CNPT

Economista fala sobre o futuro do trabalho no Brasil durante o XX CNPT
O economista Márcio Pochmann falou na tarde desta sexta-feira, 17/4, sobre o Futuro do Trabalho no Brasil, durante o XX Congresso Nacional dos Procuradores do Trabalho (CNPT), em São Paulo. Para o especialista, doutor em Ciência Econômica pela Unicamp, o encontro veio em um momento intenso, em um ano que vai ser singular, se comparado à trajetória dos últimos dez anos. “Estamos diante de mudanças, não apenas do comportamento em nível de emprego, mas, em geral, estamos diante de uma recessão e uma redução do nível de atividade”, revelou.
Segundo ele, todos estão acompanhando o que está acontecendo no Poder Legislativo, que abre novamente a rodada que se imaginava fechada no que concerne à flexibilização da legislação do trabalho, tal como representa o Projeto de Lei (PL 4330). O especialista explicou que o trabalho é uma variável dependente, não podendo ser avaliada de forma isolada. “Ele reflete determinações mais amplas, por isso entendo que estamos submetidos a um processo de alienação muito grande, que vem, de certa maneira, contaminado de interpretações mais consolidadas a respeito do tema do trabalho”, apontou.

Esse processo de alienação, de acordo com Pochmann, deriva de duas ordens de abordagens. A primeira está relacionada à contaminação da perspectiva do curto prazo. “Esse método, infelizmente, contamina as análises de maneira generalizada. Dessa forma, nós estamos cada vez mais presos a essas análises de curto prazo, abandonando as perspectivas de médio e longo prazo”, contou. Para ele, a abordagem, no caso do trabalho, é um processo que está condicionado a decisões que foram tomadas no passado.

Em sua palestra, Pochmann destacou que o Brasil encontra-se entre as sete maiores economias do mundo e que teria, ao longo dos anos, reduzido o número de desempregados e feito com que os salários respondessem por parcela maior da renda nacional. Ele explicou, porém, que o que permitiu fazer isso se esgotou, pois agora não há como tratar desses avanços sem mudanças maiores.

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