A decisão do encontro com a presidenta da República aconteceu nessa terça-feira (15/03) em reunião da comissão executiva da Conatrae, realizada na Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, em Brasília. O acordo firmado pela AGU, que ainda não foi homologado pela Justiça do Trabalho, permite que a Cosan, uma das maiores produtoras de açúcar e álcool do mundo, mantenha seu nome fora da chamada "lista suja, que consiste em um cadastro das empresas em relação às quais tenha sido constatada a exploração de trabalhadores em condições análogas às de escravo.
Segundo as entidades, essa atitude abre um perigoso precedente que coloca em risco um dos mais importantes instrumentos de combate à escravidão contemporânea, que, inclusive, ajudou a alçar o Brasil à posição de referência internacional no que tange a tal combate. Outro aspecto que preocupa o grupo é que esse acordo pode enviar um recado negativo aos parceiros comerciais internacionais, no sentido de que o país teria aberto mão de um instrumento que garante informação e transparência para o mercado.
Além da ANPT, assinaram o pedido de audiência, também, a Associação Nacional dos Juízes Federais (AJUFE), a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (ANAMATRA), a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), a Comissão Pastoral da Terra, a ONG Repórter Brasil, a Ordem dos Advogados dos Brasil (OAB) e o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait).
