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“Negar a alguém a possibilidade de viver plenamente todos os aspectos de sua existência é ferir sua própria humanidade”, afirma ANPT

“Negar a alguém a possibilidade de viver plenamente todos os aspectos de sua existência é ferir sua própria humanidade”, afirma ANPT

Nesta sexta-feira (27), o Ministério Público do Trabalho (MPT) promoveu reunião pública virtual, para debater medidas de igualdade étnico-racial e de enfrentamento à discriminação e violência contra a população negra no trabalho. A Presidenta em exercício da ANPT, Lydiane Machado e Silva, participou da abertura do evento reafirmou o compromisso associativo com a inclusão racial.

“A população negra do Brasil não precisa de nossa piedade, mas exige nosso respeito. Respeito à suas crenças, origens e história. É preciso, portanto, que, reconhecendo os privilégios que nossa branquitude nos proporciona, estejamos abertos a ouvir e a compreender mulheres e homens negros que diuturnamente vivem situações de discriminação”, destacou a procuradora, durante a abertura do evento.

De acordo com a pesquisa “Desigualdades Sociais por Cor ou Raça Brasil”, divulgada em novembro de 2019, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação de pessoas com mais de 14 anos é de 9,5% entre brancos e de 14,5% entre pretos e pardos, que representam 47,3% dos trabalhadores informais – índice substancialmente inferior ao de brancos em igual condição (34,6%). Em cargos de gerência, a disparidade é ainda mais gritante – 68,8% dos titulares são brancos; apenas 29,9%, pretos ou pardos.

Em razão disso, e a respeito da empregabilidade no Brasil, a vice-presidenta da ANPT afirmou que a sociedade ainda não compreendeu a suposição de igualdade e, “ao sabor das conveniências dos grupos dominantes, leia-se, do padrão do homem branco, ora ataca a igualdade em seu aspecto formal, ora a ataca em seu aspecto material, como ocorreu no caso da forte repercussão que teve um processo de seleção de treinee reservados à candidatos(as) negros(as)”.

Segundo a procuradora, o Brasil têm uma dívida histórica com a população negra e, para ela, só é possível reverter essa situação com a reparação da dignidade perdida. “Que a oportunidade de ouvir hoje mulheres e homens negros que distinguem a luta pela igualdade racial se converta em ações concretas. Que o postulado da não discriminação saia do papel e comece por nossas mãos a ser verdadeiramente construído’”, concluiu.

Por Gabryel Jackson, estagiário sob supervisão de Gustavo Rocha.

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