Foi lançada nesta quarta-feira (22/06), em São Paulo, pelo Instituto Observatório Social, a publicação "O Aço da Devastação, que denuncia as irregularidades ambientais e trabalhistas da cadeia produtiva do aço. O presidente da Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT), Sebastião Vieira Caixeta, representou a entidade durante o evento.
A pesquisa coordenada pelo jornalista Marques Casara, revela dados vergonhosos na produção do Aço no Brasil. O trabalho de reportagem começou em Nova Ipixuna (PA), onde, no dia 24 de maio, foram assassinados José Cláudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo, que denunciavam a devastação da floresta para produzir carvão e madeira.
Em algumas siderúrgicas do pólo de Carajás, grandes exportadoras de ferro gusa usam carvão do desmatamento e do trabalho escravo nos processos produtivos. A prática contamina toda a cadeia produtiva do aço e chega a montadoras de veículos, fabricantes de eletrodomésticos, de aviões e de computadores.
A pesquisa detalha como operam grupos criminosos do qual fazem parte empresários, políticos e servidores do governo do Pará. Em seu trabalho, Casara mostra que em algumas siderúrgicas, o uso do carvão ilegal sustenta mais da metade de toda a produção. Essa conclusão foi possível após a obtenção de dados referentes à produção anual de cada siderúrgica em 2010. Essas informações eram mantidas em sigilo para evitar o cruzamento de dados e a obtenção do índice de ilegalidade.
A revista é uma continuidade da pesquisa apresentada em A Floresta que Virou Cinza, que mostrou como operam os grupos criminosos que esquentam documentos de carvão ilegal. São quadrilhas formadas por políticos, empresários e servidores públicos do governo do Pará, que se uniram para depredar, em nome de interesses próprios, um dos mais importantes ecossistemas do planeta.
Estiveram presentes na solenidade de lançamento, além do presidente da ANPT, o presidente da Central Única de Trabalhadores (CUT), Artur Henrique, o procurador da República em Marabá (PA), Tiago Rabelo, entre outros.
Fonte e foto: Observatório Social