Na tarde dessa sexta-feira, 11/4, o procurador regional do Trabalho Cristiano Paixão ministrou palestra sobre As transformações sociais e a repercussão no mundo do Trabalho, durante a programação do XIX Congresso Nacional dos Procuradores do Trabalho (CNPT). Ele apresentou uma abordagem sobre as relações de trabalho e o capitalismo e tratou da nova forma de organização social do trabalho, bem como a sua reordenação socioespacial.
O procurador falou também sobre a precarização decorrente de novas formas de contratação terceirização, trabalho temporário, cooperativas e o fenômeno da pejotização, entre outros. Esses trabalhadores estão, na verdade, suspensos no tempo e no espaço. Uma das principais dimensões do humano é a tentativa de construir um futuro diferente, imaginar uma história nova a partir do presente. O trabalhador terceirizado, no entanto, não tem isso. Ele não tem perspectivas de futuro, sofre todas as conseqüências decorrentes de uma rotatividade enorme, sem construir qualquer identidade e sendo tratado como um ser à parte pelos próprios colegas que com eles laboram no mesmo ambiente de trabalho, ressaltou, destacando, também, que ele não sabe sequer se receberá o salário no final do mês e muito menos se ainda terá o emprego ao final do contrato com a prestadora de serviço, disse.
Durante sua explanação, Cristiano Paixão também traçou um panorama a respeito da flexibilidade dos processos e dos mercados de trabalho, dos produtos e padrões de consumo. Falou também sobre a diminuição do número de trabalhadores no setor industrial, da eliminação de setores produtivos nas empresas, do crescimento do setor de serviços, entre outros. Apresentou ainda diversas considerações acerca do papel do Estado nesse cenário e as formas criativas de atuação do Ministério Público do Trabalho.