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XXIV CNPT: Palestrante debate construção de gênero e suas implicações nas relações de trabalho

XXIV CNPT: Palestrante debate construção de gênero e suas implicações nas relações de trabalho

Na manhã deste sábado, 30/03, a doutoranda em comunicação da Universidade Federal Fluminense Lieli Loures foi uma das palestrantes do painel “Realidade e desafios da mulher no mundo do trabalho contemporâneo”.  Em sua fala, ela abordou a construção de gênero e suas implicações nas relações de trabalho.

A palestrante iniciou sua fala informando que feminismo é a luta pela equidade de gênero. Deixou claro que mulheres e homens são diferentes biologicamente e que as mulheres não querem convencer sobre o contrário. “A diferença é o pressuposto da nossa instância. O problema é quando usamos disso para tratar de valor, de superioridade e inferioridade”, disse.

Nesta linha, ela traçou um histórico sobre a questão do feminismo desde a Declaração dos direitos da mulher cidadã (1791). Esclareceu que o feminismo reconhece que a sociedade se divide em gênero, classe e raça e informou que as pessoas dentro dessas categorias têm maiores ou menores condições de conseguir acessar os bens básicos para subsistência.

Lieli Loures discorreu sobre o conceito de gênero em que homens e mulheres são diferentes em um conceito ‘biologizante’ e falou sobre a construção social do feminino e do masculino. Ela trouxe a questão de gênero como uma construção social e exemplificou os estereótipos do que é ser mulher. “A mulher que não se enquadra é tida como se tivesse algum problema, porque existe um modelo ideal e a ideia de que ele tem que ser perseguido. Qualquer coisa fora disso é tida como errado”, informou.

“O problema está em uma construção de pensamento que é falaciosa, que limita, que deprime, que adoece, porque  o modelo ideal é impossível de ser alcançado. As mulheres são diversas, plurais. A gente tem que tentar se livrar desse padrão de beleza, porque ele não é real. Enquanto não conseguirmos perceber que somos diferentes e isso é uma riqueza da nossa espécie, a gente vai continuar sofrendo”, apontou.

A palestrante disse também que a divisão sexual do trabalho é ligada ao gênero.  Informou que o machismo é ligado à expressão social do patriarcado e que o pensamento ocidental sugere: Determinismo biológico + patriarcado + capitalismo = mulheres inferiores, incapazes, mão de obra barata. O pensamento pós-moderno, por sua vez, coloca o pensamento de feminismo em várias outras categorias e aponta: Diferença = diversidade = identidade, enquanto que  Desigualdade = inferioridade = conceito político. “A gente tem que entender que diferença é riqueza e não inferioridade, porque somos naturalmente diferentes, mas não podemos atribuir valor as diferenças!”, pontuou.

 

 

 

 

 

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